Araceli era uma menina de apenas oito anos que, no dia 18 de maio de 1973, foi sequestrada, drogada, estuprada e morta por um grupo de jovens de classe média alta de Vitória (ES). Seu corpo foi encontrado carbonizado dias depois do desaparecimento e, apesar da natureza hedionda do crime, seus responsáveis ainda hoje seguem impunes.
O caso Araceli, como ficou conhecido, chocou o Brasil e, longe de ser uma ocorrência isolada, representa uma triste realidade, ainda hoje muito comum em nosso país. Não à toa, a data foi instituída, em 2000, como Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes a fim de lembrar a importância de mobilizar e conscientizar toda a sociedade e os órgãos públicos para que crimes como esse não se repitam.
Apesar de o número de denúncias contra esse crime ter caído 10% de 2017 para 2018 – conforme dados do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH) – e de que, na comparação entre os entre os primeiros quatro meses de 2018 e 2019, a queda ter sido de 19%, é preciso atenção, pois meninas de 8 a 14 anos são as vítimas mais frequentes desse tipo de crime, cuja ocorrência é favorecida por fatores de vulnerabilidade como pobreza extrema e questões ligadas à raça, gênero e etnia.
Dentre as mais 17 mil denúncias recebidas em 2018 de violência sexual envolvendo crianças e adolescentes, 13,4 mil foram de abuso sexual e 3,6 mil de exploração sexual, ainda segundo dados divulgados pelo MMFDH. Nas situações denunciadas de abuso sexual, em 73,4% dos casos a vítima era menina e, em 18,6%, menino. Já nas denúncias de exploração sexual, 75% de vítimas eram do gênero feminino e 12%, do gênero masculino.
Abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes são crime. Mobilize-se, denuncie! Basta ligar para o Disque – Denúncia (digite 100): a ligação é gratuita, a denúncia é anônima! Mudar essa triste realidade depende de todas (os) nós!