
Wagner e Tiago encerram os debates no IV Seminário
O último debate do IV Seminário tratou do tema “O corpo e a sexualidade” e contou com a participação de Wagner Vaz, mestre em Psicologia pela UFRRJ e psicólogo voluntário da CVB-RJ, e Tiago Santos, psicólogo e colaborador da Comissão Gestora do CRP-RJ na Baixada.
Abordando a temática “A atração dos corpos e a sexualidade como expressão psíquica”, Wagner Vaz iniciou sua fala afirmando que, na bioquímica da atração física e sexual, não se pode esquecer que há subjetividades envolvidas.
“A sexualidade, segundo a Organização Mundial de Saúde, é uma energia que nos motiva a procurar amor, contato, ternura e intimidade, e que se integra no modo como sentimos, movemos, tocamos e somos tocados. Ela influencia pensamentos, sentimentos, ações e inclusive a nossa saúde mental”, destacou.
O psicólogo lembrou que o processo de atração física e mental é permeado pela curiosidade do outro e falou sobre a importância das fantasias, no campo da sexualidade, para os sujeitos. “As fantasias são colocadas como portadoras das imagens inconscientes e têm o mesmo impacto e grau de mobilização afetiva que a realidade exterior. Então, a sexualidade humana não se resume à expressão genital. A sexualidade humana é também a condição psíquica do desenvolvimento da vida afetiva, da relação com o outro”, defendeu.
Em seguida, Tiago Santos falou sobre “Sexualidade da população com HIV/AIDS”. Ele ressaltou que nenhuma pessoa pode ser testada sem autorização prévia da própria, sendo vetado também que concursos públicos e processos seletivos em geral peçam exames de HIV a seus candidatos. Tiago também teceu críticas à atuação de muitos profissionais da área da Saúde, inclusive psicólogas (os), que, ao comunicarem ao sujeito o resultado do teste de HIV o fazem reforçando o preconceito e o estigma aos portadores dessa infecção.
“Muitas pessoas que cometem suicídio logo após saberem do resultado positivo de seu teste o fazem porque o profissional de Saúde informou o resultado do teste de forma opressiva, sem o devido cuidado necessário. Eu trabalhei em um hospital onde as pessoas portadoras de HIV/AIDS tinham seus nomes assinalados com bolinhas vermelhas de modo que todos os demais profissionais identificassem que aquela pessoa era portadora. Isso é uma prática muito comum entre todos os profissionais de Saúde”, revelou.