O CRP-RJ, através da sua Subsede na Região Serrana e seus apoiadores, realizou, no dia 20 de julho, em Petrópolis, a mesa redonda: “Vivências à Brasileira: Juventude, Racismo e Encarceramento”, reunindo aproximadamente 100 pessoas, entre profissionais e estudantes de Psicologia, Direito e militantes do movimento negro do município e demais localidades.
A proposta do evento surgiu em apoio ao Dia Municipal da Luta contra o Encarceramento da Juventude Negra, instituído na cidade do Rio de Janeiro no dia 20 de junho a partir do lamentável episódio de racismo ocorrido durante a realização dos jogos jurídicos em Petrópolis no início daquele mês.
Por isso, o local escolhido para a realização doevento foi o Palácio de Cristal, no Centro de Petrópolis, que, além de ser um dos principais pontos turísticos da cidade, carrega em si a luta pela liberdade, uma vez que este foi habitado por negros fugidos, antes da fundação da Colônia.
A mesa de debates foi composta por Raul Salustiano, estudante do 10º período do curso de Direito da Universidade Católica de Petrópolis e estagiário no setor criminal da Justiça Federal, Sheila Guimarães, advogada e presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB-RJ em Petrópolis, Luis Eduardo Soares (CRP 05/53586), psicólogo, colaborador da Comissão Gestora do CRP-RJ na Região Serrana e representante do CRP na vice-presidência do Conselho Municipal de Políticas sobre Drogas (CMPD), e Juraci Brito (CRP 05/28409), psicólogo do DEGASE e da Saúde Mental do município de Mangaratiba, mestre em Psicologia Social pela UFRRJ e conselheiro do CRP-RJ. a mediação ficou por conta de Francyne Andrade, na época, formanda em Psicologia pela Universidade Católica de Petrópolis e colaboradora do CRP-RJ na Comissão Gestora da Região Serrana.
Entre os temas apresentados e discutidos, estiveram: a vivência da juventude negra; as práticas de racismo e seu viés ideológico pautado nos ideais da eugenia e do higienismo; as políticas de enfrentamento à desigualdade e ao encarceramento no Brasil, sob a ótica dos Direitos Humanos; além do sistema sócioeducativo e as subjetividades que permeiam a imagem do “adolescente infrator”, assim como do que se compreende como “bandidos” em nossa sociedade.