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Direitos da população LGBT e ataques à Resolução 001/99 são temas de debate na sede do CRP-RJ


Data de Publicação: 26 de outubro de 2017


Para marcar a importância do Dia da Psicologia Latino-Americana (8 de outubro), o CRP-RJ promoveu, no dia 10 de outubro, na sua sede, na Tijuca, a Roda de Conversa “Psicologia Latino-Americana e a população LGBTT: os ataques à Resolução nº 001/99”, com participação de Dario Cordova, psicólogo do Centro de Referência de Promoção da Cidadania LGBT – Programa Rio Sem Homofobia desde 2011.

Iniciando o debate, a conselheira-presidente do CRP-RJ, Diva Lúcia Gautério Conde (CRP 05/1448), ressaltou a importância do evento. “Essa atividade é para marcar o dia 8 de outubro, Dia da Psicologia Latino-Americana. Essa data foi escolhida no penúltimo Congresso da União Latino-Americana de Psicologia [ULAPSI] e é uma data na qual nos esforçaremos para ultrapassar as barreiras dos territórios dos países latino americanos, criando mais um elo de troca entre os trabalhadores e pesquisadores da Psicologia”, disse.

O psicólogo convidado, Dario Cordova, de origem salvadorenha, lembrou um grande nome da Psicologia latino-americana, Ignácio Martin-Baró, psicólogo e sacerdote jesuíta que foi assassinado durante o regime militar de El Salvador. Dario iniciou sua fala indagando: “Psicologia para quê? Psicologia para quem? O gênero e a diversidade como política pública. Essa contextualização sempre esteve presente nas aulas de Ignácio Martin-Baró. Essa provocação que ele sempre fez acompanha minha prática até hoje”.

“Vou basear minha fala em dados de 2016 dos atendimentos do Centro de Cidadania LGBT da cidade do Rio de Janeiro, Programa Rio sem Homofobia. Como é aplicar a Psicologia num serviço público onde o foco é a diversidade sexual? Não é a mesma prática da clínica, pois estamos falando da prática inserida no contexto do serviço público, ou seja, trata-se de uma Psicologia Social”, pontuou.

IMG_3157O Rio sem Homofobia iniciou em 2011 com quatro profissionais de cada área de atuação: psicólogo, assistente social e advogado. Ele foi sendo desmontado até chegar a 2016 com um profissional de cada área técnica. O impacto negativo que isso teve na população em vulnerabilidade que procurava o programa é enorme”, revelou o psicólogo.

Dario explicou quais são os maiores problemas enfrentados pela população LGBT que procura os serviços oferecidos. “Segundo os dados de 2016 dos nossos atendimentos, vemos que a maior quantidade dos casos de violência se dá no dia-a-dia, no trabalho ou no local onde mora. Pensem: há pessoas que são incomodadas e constrangidas o tempo todo simplesmente por serem do jeito que são. É uma enorme violência a pessoa não poder ser do jeito que é. Imaginem o impacto e a vulnerabilidade emocional e psíquica que pode acometer uma pessoa nessa situação. E as demandas jurídicas, psicológicas e assistenciais não podem ficar somente no âmbito da queixa, mas precisa virar procedimento. É partir do individual para o coletivo, por isso uma Psicologia Social mesmo. E no coletivo é preciso determinar garantias para os direitos dessa população”, argumentou.

A conselheira presidente Diva, ressaltou ainda, “o ataque recente à Resolução 001/99 nos mostra que querem afirmar uma forma ‘correta’ de viver a sexualidade e, consequentemente, uma forma incorreta na qual seria possível oferecer a esta pessoa uma ‘reconversão’ ou uma ‘cura’”.

“A Ética é a resposta, pois são as questões que a Ética nos coloca que irão nortear nossos procedimentos e nossa prática”, concluiu Dario.

A roda de conversa teve transmissão ao vivo e on-line pelo canal do CRP-RJ no Youtube. Para conferir a íntegra do debate, clique aqui.

 

 

 

 

 

 



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