O Conselho Regional de Psicologia do Rio de Janeiro vem a público se posicionar em relação à notícia, veiculada na grande imprensa, onde o Coordenador Nacional de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas do Ministério da Saúde defende o modelo manicomial para tratamento a pessoas com transtornos mentais.
Posição lamentável e equivocada, tendo em vista que a atual política de Saúde Mental, construída por muitas mãos e ao longo de anos, segue em vigor.
O referido Coordenador deveria, ao contrário, valorizar todo o caminho percorrido e toda a construção de dispositivos e redes que verdadeiramente vêm sustentando o tratamento em liberdade de tantas pessoas com transtornos mentais pelo país a fora.
Caso conhecesse a Rede de Atenção Psicossocial instituída em nosso país, o referido Coordenador saberia reconhecer os importantíssimos avanços que fizemos. E os problemas existentes nessa rede deveriam ser sanados com o financiamento adequado e ampliação de dispositivos. Isso seria o esperado de um Coordenador Nacional de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas do Ministério da Saúde. Lamentavelmente não é que temos visto.
Não há como negar que os CAPS, as SRTs, os CAPSis, os CAPSads e tantos outros serviços da rede substitutiva têm marcado a vida de muitas pessoas que, hoje, conhecem a via da inclusão social.
Não há dúvida que a Reforma Psiquiátrica Brasileira, articulada ao SUS, fez e faz a diferença na vida de usuários e familiares, razão pela qual são eles mesmos que defendem a política em vigor, através de seus coletivos, sempre articulados aos trabalhadores.
Por tudo isso, reafirmamos que o CRP-RJ segue na defesa intransigente da Reforma Psiquiátrica, do SUS e do Estado laico. Manicômios, nunca mais!