Com participação de mais de 90 pessoas, entre psicólogas (os), estudantes, coordenadores de curso de Psicologia e representantes de movimentos sociais e sindicais, aconteceu, no dia 29 de agosto em Nova Iguaçu, a festividade de reinauguração da Subsede do CRP-RJ na Baixada Fluminense.
O III Seminário em Comemoração ao Dia da (o) Psicóloga (o), com tema “A construção da Psicologia no Brasil nos 55 anos”, marcou oficialmente o retorno das atividades do CRP-RJ à Subsede Baixada, que passou, entre abril de 2016 e junho deste ano, por obras de melhoria de sua infraestrutura predial a fim de garantir acessibilidade e melhorar as condições de atendimento e acolhimento às (os) psicólogas (os) da região.

Auditório da Subsede Baixada lotado durante reinauguração
A conselheira-presidente da Comissão Gestora do CRP-RJ na Baixada, Mônica Valéria Affonso Sampaio (CRP 05/44523), deu início ao evento agradecendo a participação de todas (os) e apresentando as (os) demais membros da Comissão Gestora: a conselheira Viviane Siqueira Martins (CRP 05/32170) e as colaboradoras Vanda Vasconcelos Moreira (CRP 05/6065), Jacqueline dos Santos Soares (CRP 05/41408), Rogéria Thompson (CRP05/52415) e Flavia Sena (CRP 05/52348).
Mônica presentou também os conselheiros do CRP-RJ que estavam prestigiando o evento: Diva Lúcia Gautério Conde (CRP 05/1448), presidente do CRP-RJ, Roberto Stern (CRP 05/1700), Maria da Conceição Nascimento (CRP 05/26929), Juliana Gomes da Silva (CRP 05/41667), Viviane Siqueira Martins (CRP 05/32170) e José Henrique Lobato Vianna (CRP 05/18767). O conselheiro-presidente do CRP-RJ entre 2013 e 2016 e atual coordenador da sua Comissão Regional de Direitos Humanos, José Novaes (CRP 05/980), também esteve presente na reinauguração.

Integrantes da Comissão Gestora do CRP-RJ na Baixada e o funcionário administrativo da Subsede (à dir.)
Abertura
A mesa de abertura foi composta pela conselheira-presidente do CRP-RJ, Diva Lúcia Gautério Conde (CRP 05/1448), pela conselheira-coordenadora da Comissão Gestora do CRP-RJ na Baixada, Mônica Valéria Affonso Sampaio (CRP 05/44523), pelo presidente do Sindicato dos Psicólogos do Estado do Rio de Janeiro (SINDPSI), Marinaldo Santos Silva (CRP 05/5057), e pelo representante dos movimentos sociais e sindicais na Baixada, José Roberto Martins.
“Estamos inteiramente felizes em reinaugurar a Subsede Baixada, que foi reformada a partir de um projeto elaborado com toda a atenção e o cuidado que a subsede e os profissionais da região requerem”, afirmou Diva, destacando, a seguir, a importância política da Subsede Baixada para a Psicologia e as (os) profissionais da região.
“Esse auditório tem presenciado um trabalho incansável de militância. Espero que esse auditório continue sempre preenchido por profissionais e estudantes discutindo, pensando e propondo questões para a Psicologia que praticamos. Sejam muito bem vindos, “ocupem o CRP-RJ!”, disse.

Mesa de abertura: Mônica Sampaio, Diva Conde, José Roberto e Marinaldo Santos
Marinaldo, por sua vez, destacou que a parceria estratégica entre o CRP-RJ e o SINDPSI –RJ possibilitou a ampliação das ações do Sindicato em todo o estado do Rio, especialmente nos municípios da Baixada. “Fizemos muitos eventos, reuniões e encontros com a categoria neste auditório. Este é um espaço especial para o SINDPSI-RJ. Tanto que, atualmente, temos no Sindicato três diretores e uma conselheira fiscal advindos da Baixada”, afirmou.
José Roberto sublinhou a importância da participação das (os) profissionais de Psicologia nos movimentos sociais de Nova Iguaçu e também da Baixada. “Estamos numa crescente muito grande de luta e mobilização. Precisamos da união de todos diante dos ataques constantes que vêm retirando direitos sociais e trabalhistas. E a participação da Psicologia tem sido fundamental”.
“A Subsede Baixada abarca os 13 municípios da região e recebe cerca de três mil psicólogas (os) e estudantes anualmente”, interveio Mônica, finalizando a mesa de abertura. “O CRP-RJ é nosso; ele é feito por cada um de nós. Esse espaço é para estarmos sempre juntos construindo a Psicologia que praticamos diariamente”.
Exibição de vídeo, homenagens e apresentação cultural
A cerimônia de reinauguração da Subsede Baixada e de comemoração pelo Dia da (o) Psicóloga (o) contou ainda com a exibição de um breve vídeo, editado pela psicóloga colaboradora do CRP-RJ, Edith Andrade (CRP 05/49017).
A apresentação desse momento histórico foi realizada por Vanda Vasconcelos Moreira (CRP 05/6065), psicóloga integrante da Comissão Gestora e conselheira coordenadora da Subsede Baixada na gestão que aprovou o projeto da obra de reforma do prédio. Em sua fala, resgatou a história da fundação da Subsede, em 1994, exibindo fotos da casa e sua evolução até a obra 2017, com momentos significativos de eventos produzidos pelo CRP-RJ na Baixada.
O evento contou também com declamações de poesia do “Coletivo no Divã”, composto por estudantes de Psicologia da Universidade UNIABEU/Belford Roxo, que aqueceram o ambiente com poemas expressando a Psicologia de forma crítica e reflexiva.
Ainda, foram concedidas homenagens a importantes profissionais que prestaram grande contribuição ao desenvolvimento e expansão das atividades políticas da Subsede Baixada ao longo dos anos. Foram homenageados José Novaes, presidente do CRP-RJ durante o início da reforma da Subsede; os palestrantes Celso de Moraes Vergne (CRP 05/27753) e Fabiane Vieira (CRP 05/28527); Zarlete Faria (CRP 05/15377), psicóloga supervisora da Comissão de Orientação e Fiscalização do CRP-RJ, representando todos os funcionários do Conselho; Edith Vieira (CRP 05/49017), psicóloga clínica e colaboradora do CRP-RJ; e Maíra Andrade (CRP 05/32352), psicóloga do Núcleo Integrado de Desenvolvimento Humano (NIDH) de Nova Iguaçu, pela parceria e apoio às atividades do CRP-RJ na região.

Mesa de debates: Viviane Siqueira, Fabiane Vieira e Celso Vergne
Mesa de debate
A última atividade do evento foi a mesa “A construção da Psicologia no Brasil nos 55 anos”. Mediado pela conselheira Viviane Siqueira Martins, o debate teve falas de Fabiane Vieira (CRP 05/28527), psicóloga clínica, especialista em Clínica Psicanalítica e pesquisadora em laicidade, liberdade religiosa, gênero e relações étnico-raciais, e Celso de Moraes Vergne (CRP 05/27753), psicólogo, doutor em Psicologia Clínica pela PUC-Rio e assessor de Participação Social e Equidade da Secretaria de Estado de Saúde.
Dando início ao debate, Celso Verne argumentou que a Psicologia, como ciência e profissão, não nasceu pronta, tendo sido construída ao longo de sua história. “Historicamente, temos uma demanda feita pela sociedade para que cumpramos determinados papéis, geralmente com uma proposta de normatização. Esse é o surgimento da Psicologia e, ainda hoje, muito frequentemente vejo profissionais cumprindo esse papel”.
“A Psicologia é uma ferramenta fantástica. Uma profissão difícil e também muito bonita. Porém, é bonita se você praticá-la, de fato, pensando toda a compreensão da diversidade humana, pensando esse encontro com a diferença em que cada pessoa é única, com uma história única. Há tantas possibilidades e riquezas nesse encontro, mas também há a possibilidade de o psicólogo pegar um manual e sair aplicando e produzindo mais adoecimento. Isso é algo quase criminoso”, afirmou Celso.
“A pessoa quando chega à clínica ou ao serviço de Psicologia muitas vezes passou por todos os tipos de massacre até, como última esperança, apostar no atendimento psicológico. Muitas vezes não somos capazes de escutar essa última esperança e, se seguimos um manual, se tentamos normatizá-la, somos mais um a pregar o último prego do caixão dessa pessoa, que vai continuar viva mas sem perspectivas”, finalizou.
Fabiane Vieira apontou os desafios contemporâneos da prática da Psicologia, a qual, segundo ela, não pode estar descontextualizada da realidade política, social, econômica e cultural. Em seguida, falou sobre a importância da laicidade como princípio ético norteador da atuação psi.
“Qual a importância do fenômeno religioso para a constituição das subjetividades e da nossa sociedade?”, questionou. “Quando pensamos em religiosidade, pensamos logo na tensão, nas comunidades terapêuticas, em práticas não tão próximas à nossa ética. Porém, é preciso pensar a religiosidade como construtora das subjetividades, pensando também como nós, profissionais da Psicologia, podemos escutar e compreender esses fenômenos compondo um espaço de diálogo com as religiosidades, não de tensão”.
Fabiane teceu críticas a psicólogas (os) que, no exercício da profissão, fazem uso de práticas terapêuticas propondo cura por meio da fé. Por fim, destacou que “a religiosidade não é uma prática vedada ao profissional de Psicologia, desde que não interfira em nossas práticas profissionais”.
As coberturas das demais atividades desenvolvidas pelo CRP-RJ na Baixada estão disponíveis em nosso site pelo link: www.crprj.org.br/site/category/baixada/.