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NOTA SOBRE A MORTE DO MÚSICO MARIO TRAVASSOS NA CLINICA DA GAVEA


Data de Publicação: 21 de julho de 2017


Mário Travassos, 39 anos,  faleceu no dia 14/07/2017, na Clínica da Gávea, no Rio de Janeiro, “especializada em transtornos psiquiátricos”, em menos de 24 horas após a sua internação.

Consta que ele lá se internou por vontade própria, transferido do Hospital Psiquiátrico de Jurujuba, por sugestão da equipe médica, e se apresentava fisicamente saudável. Seus parentes e amigos supõem que teria sido vítima de violência, pois seu corpo apresentava afundamentos no crâneo e na face, ausência de dentes e marcas roxas. Sua família relata não ter sido avisada pela Clínica que o corpo teria sido transportado sem identificação, e como indigente para o IML (Instituto Médico Legal).

Essa sequência de fatos torna imperativa uma rigorosa apuração do que causou a morte do músico, e da apuração imediata de todos os fatos que ocorreram desde o momento de seu ingresso nesta clínica.

A única alegação conhecida desta clínica, reportada pela mãe de Mário, é que este tentara fugir e sofrera uma queda, o que parece improvável e inaceitável, pela característica singular da internação voluntária, visto que tentativas de evasão são fatos corriqueiros em instituições psiquiátricas, que certamente deveriam estar preparadas para evitá-las, mantendo a segurança e integridade física de seus internos.

Este triste episódio nos faz pensar no recrudescimento da lógica manicomial, e da acelerada perda de direitos, o que nos impõe a reafirmação da radicalidade dos princípios da Luta Antimanicomial. Há Clinicas privadas e comunidades terapêuticas que não afirmam os princípios da RAPS (Rede de Atenção Psicossocial), em tempos sombrios e de graves violações de direitos das pessoas em sofrimento psíquico e das populações mais vulneráveis. Direitos fundamentais, nenhum passo atrás.

Conselho Regional de Psicologia do Rio de janeiro – CRP 05

Sindicato dos Psicólogos do estado do Rio de Janeiro – SINDIPSI-RJ