Nesse 8 de março de 2017 – celebrado como Dia Internacional da Mulher –, o CRP-RJ gostaria de escrever às psicólogas do estado do Rio de Janeiro uma mensagem de valorização da mulher e de suas conquistas, enaltecendo sua força e sensibilidade na constante luta pela construção de uma sociedade mais justa, digna e igualitária. Porém, a gravidade da atual conjuntura política, econômica e social em nosso país e no mundo nos pede mais do que apenas distribuir delicadezas em comemoração a essa data.
São notórias as diversas conquistas obtidas pelos movimentos feministas, de mulheres e movimentos sociais, que tomam como suas pautas a vida das mulheres. Em consequência de seus deslocamentos, atividades, inquietação e disposição, nos últimos séculos, cada vez mais mulheres puderam se destacar no mundo profissional, na vida acadêmica, na vida pública, nos movimentos nas ruas, assim como nos enfretamentos por direitos sexuais e reprodutivos e nas batalhas travadas contra o patriarcado e contra as diversas formas de violências que atravessam cotidianamente seus corpos e suas vidas.
Em nosso país, as mulheres representam mais de 50% dos trabalhadores e, na Psicologia, elas correspondem a cerca de 90% do número total de profissionais. Claro está que a hegemonia das mulheres no universo de profissionais da Psicologia está intimamente ligada à entrada de mulheres no ensino superior.
Contudo, após 50 anos de profissão regulamentada, torna-se imprescindível colocar em relevo como, aos poucos, esta profissão foi conquistando seu espaço na sociedade e perdendo suas características iniciais de ‘profissão feminina’, que reforçava os modelos sexuais tradicionais, para se tornar o que hoje é: profissão de muitas mulheres, reconhecidas por sua diversidade, que lutam por uma sociedade igualitária, justa e equânime.
No entanto, a luta segue, pois o fardo do silenciamento, da opressão e da violação de direitos ainda recai sobre a mulher brasileira, que continua alvo de discriminações, preconceitos e violência de gênero. Por isso, continua urgente e pungente a necessidade de promoção de sua autonomia, da redução das disparidades, da fomentação de políticas públicas que promovam acesso e garantias, entre várias outras ações.
Que esse dia 8 de março seja, portanto, mais do que uma ocasião para homenagear a mulher com flores e bombons; que seja um momento de união na luta contra a penumbra histórica da invisibilidade da mulher, de suas dores e sofrimentos, de suas lutas e vitórias, e das diversas violências cotidianamente sofridas.
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