A Psicologia se despede de Dom Paulo Evaristo Arns, Arcebispo Emérito da Arquidiocese de São Paulo. O CRP-RJ lamenta o falecimento desse brasileiro que, num período crítico de nossa história recente, se lançou bravamente contra as injustiças sociais e políticas perpetradas por forças antidemocráticas do regime militar.
Sua atuação inalienável na luta política pelos Direitos Humanos ultrapassaram as fronteiras brasileiras e lhe valeram honras, como por exemplo, a indicação ao Prêmio Nobel da Paz, em 1989. Dom Paulo, numa de suas ações, fundou um grupo de apoio à perseguidos políticos do Cone Sul, não fazendo nenhum tipo de distinção de crença ou não crença religiosa, nesta ação política e social.
Reiteramos hoje a homenagem que o Conselho Federal de Psicologia fez a ele, em 2001, no II Seminário Nacional de Psicologia e Direitos Humanos, pela sua contribuição em relação a luta pela dignidade humana e justiça social e política latino americana. Na ocasião da homenagem, Dom Paulo, já bem idoso, não pode comparecer, mas expressou seu contentamento com tal lembrança, afirmando seu desejo em “ver crescer o casamento que há algum tempo vem sendo feito entre Psicologia e Direitos Humanos”.
Bom combatente que foi, Dom Paulo pode viver sua carreira eclesiástica, guardando sua fé libertária na crença numa vida permeada pela justiça, pela solidariedade, pela fraternidade, pelo amor. Que seus sonhos em prol dos Direitos Humanos sejam inspiração para muitos que ainda virão. Vá em paz!