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Instituto de Psicologia da UFRJ, na Zona Sul do Rio, recebe Pré-Congresso


Data de Publicação: 9 de abril de 2016


No dia 1º de abril, aconteceu mais um Pré-Congresso Regional de Psicologia, desta vez na Zona Sul do Rio de Janeiro. O evento foi realizado no auditório do Instituto de Psicologia da UFRJ – campus Praia Vermelha.

Antes da instalação do Pré-Congresso, aconteceram dois importantes debates. A primeira mesa, na parte da manhã, teve como tema a “Formação em Psicologia”. Já na parte da tarde, aconteceu a segunda mesa, com o tema “Saúde Suplementar: a relação das (os) psicólogas (os) e os Planos de Saúde”.ufrj 3

Primeiro debate

Na mesa sobre “Formação em Psicologia”, participaram Pedro Paulo Gastalho de Bicalho (CRP 05/26077), psicólogo e professor do Instituto de Psicologia da UFRJ, e Diva Lúcia Gautério Conde (CRP 05/1448), psicóloga e presidente da Associação Brasileira de Ensino de Psicologia (ABEP). O debate foi mediado pelo psicólogo e conselheiro do CRP-RJ Alexandre Trzan Ávila (CRP 05/35809).

Diva iniciou sua fala agradecendo o convite e ressaltando a importância dos Congressos Nacionais de Psicologia, e suas etapas estaduais e regionais, para a categoria de psicólogas (os).

“Esse é um processo tão belamente construído pelo Sistema Conselhos de Psicologia, que busca ouvir, o máximo possível, as demandas e proposições dos psicólogos de todo o país. Nós, psicólogos brasileiros, precisamos nos orgulhar profundamente dessa estrutura, que, sem dúvida alguma, materializa uma preocupação profundamente democrática na gestão dos Conselhos de Psicologia”, afirmou.

As diretrizes curriculares nacionais da graduação em Psicologia foi o tema principal da fala de Diva, que apresentou um breve histórico sobre os cursos de Psicologia no país. “Antes dos anos 1950, já havia, no país, atividades psicológicas, mas a construção do 1º curso foi na PUC-Rio na década de 1950. É a partir daí que vai sendo estabelecido um currículo mínimo para formação de psicólogos”.

A presidente da ABEP abordou, ainda, o desafio contemporâneo dos cursos de formação em Psicologia. Segundo ela, é preciso pensar como os programas de formação podem dar conta da multiplicidade de práticas psicológicas na atualidade, incluindo essa diversidade em suas diretrizes curriculares.

Pedro Paulo também abordou a questão das diretrizes curriculares na Psicologia. “As práticas psicológicas estão tomando outros rumos e é preciso pensar de que modo a formação tem acompanhado esses rumos da nossa profissão. Os psicólogos brasileiros hoje estão atuando em seguimentos relacionados às políticas públicas e, com isso, precisamos nos perguntar a todo o instante se a formação tem acompanhado esse processo de construção dessas novas práticas”.

Para ele, é preciso que os cursos de graduação em Psicologia sejam diferentes e ousados de modo que sejam formados profissionais que “produzam a diferença para tentar fazer com que, por exemplo, a educação seja um instrumento utilizado para pensar, não para obedecer”.

Ainda segundo o professor da UFRJ, é importante observar que “a formação não se dá apenas nas universidades. A formação se dá na vida, no cotidiano e nas experiências”.

Saúde Suplementar

A segunda mesa, na parte da tarde, debateu o tema “Saúde Suplementar: a relação das (os) psicólogas(os) e os Planos de Saúde”. O objetivo foi problematizar e construir ações que busquem garantir a inserção qualificada da (o) psicóloga (o) no âmbito da Saúde Suplementar.

Mediada pelo conselheiro do CRP-RJ e representante na Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Alexandre Trzan, a mesa teve participação de Marinaldo Santos Silva (CRP 05/5057), presidente do Sindicato dos Psicólogos do Rio de Janeiro, e Celso Moraes Vergne (CRP 05/27753), psicólogo e doutor em Psicologia Clínica.

ufrj 4Alexandre deu início ao debate esclarecendo que a Saúde Suplementar visa a complementar e não substituir o campo da Saúde Pública. “Existem mais de 60 milhões de brasileiros usuários do plano de saúde e, de fato, muitos cidadãos buscam na Saúde Suplementar um substitutivo para a Saúde Pública. Isso não deveria ser assim. Contudo, dentro dessa realidade, muitas das vezes esse cidadão tem o primeiro contato com a Psicologia através dos planos de saúde. Por isso, o CRP e o Sindicato têm que se aproximar ainda mais e ampliar a luta pelo fortalecimento do SUS”, defendeu.

Marinaldo, por sua vez, destacou a preocupante situação dos processos de terceirização das operadoras dos planos de saúde, que vêm contratando empresas intermediárias responsáveis por lidar diretamente com os psicólogos e demais profissionais.

“Essa é uma questão que nos preocupa muito, especialmente por conta dos baixos honorários repassados aos psicólogos pelas operadoras. Há profissionais que talvez estejam recebendo R$ 500 ou R$ 600 por mês pelo percentual em cima do atendimento. Se o plano de saúde já paga pouco, a empresa que terceiriza o serviço vai pagar muito menos. E nós orientamos sempre que, nesses casos, o profissional recorra ao Sindicato”, argumentou Marinaldo.

Encerrando as falas da mesa, Celso abordou a importância de as (os) profissionais de Psicologia buscarem sempre fazer uma análise sobre as demandas que chegam, refletindo sobre as implicações éticas da sua intervenção no sujeito.

“Somente nos colocando ‘às ordens’, acabamos virando uma máquina, uma mera engrenagem. Nas nossas discussões e práticas cotidianas, precisamos colocar sempre um pouquinho de vida e de afeto, pois todos nós estamos em transformação constante. Se o pensamento cristaliza, ele perde o aspecto vivo, mutante. Quem sou eu hoje não será amanhã da mesma forma, nós não somos da mesma forma todos os dias”, afirmou.

Votação de propostas e eleição de delegadas (os)

Ao final do debate, teve início o Pré-Congresso com a eleição da mesa diretora para condução dos trabalhos durante o evento. Após a leitura e aprovação do Regimento Interno do Pré-Congresso, foi feita a eleição de delegados para o COREP, que acontecerá nos dias 29 e 30 de abril e 1º de maio no Rio de Janeiro. Foram eleitas (os) seis delegadas (os) efetivas (os) e um suplente, além de uma delegada estudante e outras duas suplentes.

Ao final do evento, as (os) participantes reuniram-se para elaborar, debater e votar propostas para o COREP. Ao todo, foram construídas e votadas nove propostas. Desse total, uma proposta foi rejeitada pelos participantes e as outras oito foram aprovadas na íntegra.

Abril de 2016



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