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15º Cine Psi: “Zumbi Somos Nós” alimentou o debate sobre preconceito


Data de Publicação: 16 de novembro de 2011


O preconceito étnico, nascido antes mesmo do Brasil colônia, até hoje atormenta a sociedade. Por conta disso, o 15º Cine Psi Baixada levou à subsede do Conselho Regional de Psicologia (CRP-RJ) em Nova Iguaçu um debate sobre o tema. Realizada no último dia 10, a sessão contou com o documentário “Zumbi Somos Nós”.

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Espaço Cine Psi debateu relações étnicas

O filme faz uma abordagem sobre o preconceito étnico no país a partir da história de um dentista de São Paulo assassinado por policiais ao ser confundido com um traficante – sem ao menos ter tempo de argumentar antes de ser executado. “No debate, reafirmamos o quanto é necessário discutir a discriminação étnica. Ela ainda é muito forte e presente no estado, principalmente na Baixada Fluminense”, comentou a psicóloga Vanda Vasconcelos Moreira (CRP 05/6065), integrante da Comissão Gestora da Subsede Baixada do CRP-RJ.

 Os debatedores convidados da sessão foram o professor de História Jorge Luiz Fernandes Dias, membro da Coordenadoria de Promoção da Igualdade Racial do município de Queimados; a psicóloga e membro da Articulação Nacional de Psicólogos Negros e Pesquisadores (Anpsinep), Maria da Conceição Nascimento (CRP 05/26929); e a pedagoga Sandra Aparecida Gurgel Werner. Os três se colocaram à disposição da Subsede para novos encontros. Conceição se comprometeu a realizar reuniões para discutir, com o auxílio da Anpsinep, a questão das relações étnicas a nível nacional. Jorge, por sua vez, destacou a importância da presença das Coordenarias de Relações Raciais da Baixada Fluminense.

Mesmo quando não há mortes, muitos negros ainda são hostilizados e sofrem de alguma maneira por preconceitos quanto à cor de sua pele. Na Baixada Fluminense, segundo os debatedores, episódios semelhantes aos retratados no filme ocorrem frequentemente. “Debatedores afirmaram que nada se compara ao sofrimento de centenas de anos de seres humanos negros. Na região da Baixada, mais de 60% da população é negra, e há locais que, pelo abandono, podem ser vistos como ‘senzalas’  ou ‘guetos’, onde há muito preconceito e violência”, disse Vanda.

“Muitos psicólogos que nunca haviam participado de discussões sobre o tema das relações étnicas ficaram surpreendidos com o preconceito que ainda existe. Os debatedores contaram muitas experiências de preconceito que surpreenderam. Infelizmente, o governo realiza tantos investimentos em outras campanhas , mas não para chamar atenção de forma mais expressiva para essa injustiça social centenária”, lembrou Vanda.  

O próximo Cine Psi acontece no dia 8 de dezembro. O nome do filme, que desta vez será um curta metragem, será divulgado em breve. No mesmo dia, haverá, ainda, uma confraternização de fim de ano e uma retrospectiva de todos os filmes exibidos ao longo de 2011 no projeto.



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