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Manifestantes são agredidos enquanto Alerj aprova projeto que privatiza a saúde


Data de Publicação: 15 de setembro de 2011


A luta do Conselho Regional de Psicologia do Rio de Janeiro (CRP-RJ) e de outras entidades e cidadãos contra a privatização da saúde teve um lamentável capítulo na última terça-feira, dia 13. Enquanto 49 dos 61 deputados estaduais presentes aprovavam o Projeto de Lei (PL) 767/2011, que autoriza a cessão da gestão dos serviços públicos de saúde às Organizações Sociais (OSs), manifestantes foram agredidos e proibidos de participar da sessão. Mas a luta continua.

Manifestantes foram impedidos de entrar no prédio da Alerj

Manifestantes foram impedidos de entrar no prédio da Alerj

“Na próxima terça, dia 20, o movimento vai se unir na reunião do Fórum de Saúde, na sede do Sindsprev (Rua Joaquim Silva, 98-A, Lapa), às 19h. Embora tenhamos perdido a votação, vimos o movimento forte, de pé e se manifestando. É com essa força que vamos pensar nas próximas ações, em termos jurídicos e em termos de movimento social”, disse a psicóloga e conselheira do CRP-RJ Cristiane Knijnik (CRP 05/39275).

Enquanto a votação acontecia no interior da Assembleia, funcionários da Saúde foram impedidos de entrar. Segundo informações do deputado Marcelo Freixo (P-Sol), a oposição, a base aliada e a presidência da Alerj haviam acordado que funcionários da Saúde teriam espaços no plenário. Entretanto, não foram distribuídas senhas para os trabalhadores da Saúde, apenas para funcionários do Departamento Geral de Ações Socioeducativas (Degase), que compareceram para presenciar outra votação.

Em defesa de uma saúde verdadeiramente pública e de qualidade, profissionais protestaram

Em defesa de uma saúde verdadeiramente pública e de qualidade, profissionais protestaram

A Alerj alegou que, devido à demora para efetuar o cadastro, a entrada estava sendo autorizada aos poucos. Entretanto, a psicóloga do CRP-RJ Beatriz Adura (CRP 05/34879) foi uma das várias pessoas que pediram autorização para entrar quando o local ainda estava vazio, e foi impedida ainda assim.

Por não terem sido autorizados a entrar no Palácio Tiradentes, os manifestantes decidiram permanecer nas portas de acesso, tentando impedir a entrada dos deputados, para que a votação não ocorresse. Porém, a Tropa de Choque da Polícia Militar foi acionada e houve agressões, inclusive com uso de spray de pimenta. A representante do Sindsprev Cristiane Gerardo, por exemplo, foi empurrada e chegou a cair no chão.

Em diversos momentos, os policiais usaram da força física para atingir os manifestantes e abrir caminho para que deputados passassem.  Um estudante de medicina da UFF foi puxado para dentro da Alerj pelos cabelos, onde levou um soco nas costas.

“O que você vê é a criminalização dos movimentos sociais. A Tropa de Choque se apresenta em situações de repressão, é isso que ela representa, e foi isso que ela fez ontem, quando desmobilizou, covardemente, com um simples spray de pimenta, toda uma luta social”, lamentou Cristiane.

O site do Fórum de Saúde do Rio de Janeiro mantém agenda atualizada dos encontros – que são abertos à participação de todos os interessados – e informa mais detalhes do processo de privatização da saúde.



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