O Conselho Regional de Psicologia do Rio de Janeiro (CRP-RJ) participou, nos últimos dias 9 e 10 de julho, do II Seminário Nacional da Frente contra a Privatização da Saúde, com o tema “SUS 100% Público, Estatal e de Qualidade”. Durante o evento, foram discutidos os aspectos da luta contra a privatização da saúde, incluindo denúncias e estratégias de luta.
O seminário aconteceu no campus da Universidade de São Paulo (USP), e contou com a presença de diversas entidades das áreas de direitos humanos, educação e saúde. Além dos fóruns contra a privatização da saúde de vários estados, instituições como a Associação Nacional dos Docentes de Ensino Superior (Andes), a Universidade Aberta do Sistema Único de Saúde (UnaSus), centrais sindicais e representações de partidos políticos marcaram presença.
Entre os problemas da privatização da saúde discutidos no evento está o investimento de dinheiro público em infra-estrutura utilizada pelo setor privado, além da precarização do sistema. As psicólogas Cristiane Knijnik (CRP 05/39275, conselheira) e Daniela Albrecht Marques Coelho (CRP 05/30760, colaboradora) representaram o Conselho no evento, e destacaram a importância do diálogo com usuários do SUS e a mobilização contra a privatização do sistema.
Durante o evento, alguns fóruns apresentaram denúncias graves que mostram as consequências do processo de privatização do SUS. Uma usuária do serviço de saúde mental, por exemplo, relatou durante o seminário que foi expulsa do serviço de saúde mental do CAPS Itapeva, em São Paulo, sob alegação de mau comportamento.
O financiamento da saúde pública também foi discutido. Os presentes constataram que o baixo nível de investimentos também é um problema real, assim como os problemas de gestão. A plenária de encerramento, que discutiu as estratégias e a agenda oficial do movimento reafirmou a luta “por um SUS público, estatal e de qualidade”.
Entre as principais ações propostas estão o investimento obrigatório de 6% do PIB e 10% dos gastos da União para a saúde; a efetivação de cobranças de impostos sobre grandes fortunas; publicização dos recursos, para que haja transparência e compreensão sobre os gastos na saúde pública; e garantia de um modelo de saúde pública que não tenha foco apenas nas doenças e em seus tratamentos.
Também foram definidas estratégias para a luta contra a privatização da saúde. Foi determinada a articulação com outras entidades, como outros fóruns e movimentos sociais, e a participação em conferências de saúde para divulgar material com as propostas da frente. Também foi sugerida a criação de fóruns nos estados onde eles ainda não existem, além da campanha corpo a corpo com parlamentares para divulgação das propostas.