Entre 30 de abril e 02 de maio, o CRP-RJ realizou o Congresso Regional de Psicologia (Corep), última etapa antes do VII Congresso Nacional de Psicologia (CNP), que ocorrerá de 3 a 6 de junho em Brasília. Ao longo dos três dias de evento, delegados de todo o estado discutiram as teses enviadas por psicólogos do país e elegeram delegados para o CNP.
Os 138 delegados do Corep haviam sido eleitos nos 11 pré-congressos realizados em diferentes regiões do Rio de Janeiro em março. Durantes esses eventos, foram discutidas e votadas teses de psicólogos do estado, ou seja, propostas de ações que gostariam de ver implementadas pelas próximas gestões do CFP e CRPs.
Ao todo, 1.500 teses foram enviadas pelos conselhos regionais à Comissão Organizadora Nacional, que as sistematizou em um caderno contendo 188 teses. Nesse processo, propostas semelhantes ou relativas ao mesmo tema foram reunidas em grandes teses, que listaram diretrizes e encaminhamentos.
No Corep do Rio de Janeiro, assim como nos dos demais conselhos regionais, esse caderno sistematizado foi apreciado e votado. Apesar de as propostas terem sido divididas entre seis grupos de trabalho, a complexidade das discussões fez com que não houvesse tempo hábil para a apreciação de todas as teses. Desse modo, 20 teses não foram votadas. Entre as 168 apreciadas, 114 foram aprovadas e 54, rejeitadas.
O resultado foi enviado novamente à Comissão Organizadora Nacional para que as teses aprovadas sejam discutidas no VII CNP.
Corep-RJ tem três dias de discussões
No dia 30 de abril, ocorreu a abertura do Corep-RJ. A conselheira Vivian Fraga, presidente da Comissão Organizadora Regional, destacou de início que a preocupação do CRP-RJ era fazer um congresso com efetiva participação da categoria. “Temos 138 delegados, o que, no Rio de Janeiro, é um marco histórico. A ideia é que levemos o máximo de delegados para o CNP”.
Segundo ela, para incentivar a adesão dos psicólogos, foram realizados mais de 30 eventos preparatórios, que reuniram cerca de mil participantes. “Fizemos também 11 pré-congressos, que cobriram diferentes áreas do estado”, acrescentou.
Em seguida, o plenário realizou a eleição da mesa diretora. Para presidente, secretária e relator da mesa foram eleitos, respectivamente, os psicólogos Lindomar Darós, Carla Barbosa e Alexandre Trzan. A mesa fez, então, a leitura do regimento interno do Corep, que foi aprovado com alterações, respeitando o regulamento geral do CNP.
Em 1º de maio, as 188 teses foram divididas entre seis grupos de trabalho, que as discutiram durante todo o dia. Um dos grupos ficou responsável pelas teses do eixo 1: . Já o eixo 2 foi dividido por dois GTs e o eixo 3, por três grupos.
No terceiro e último dia do Corep, todos os participantes se reuniram em plenária para eleger os delegados para o CNP e apreciar o trabalho dos grupos. Foi definido que as decisões dos GTs deveriam ser soberanas e, por unanimidade, foram aceitas todas as alterações, aprovações e vetos feitos por esses grupos.
No momento da eleição de representantes para o CNP, havia 104 delegados presentes. Como o regulamento do CNP define uma proporção de oito presentes para um delegado, puderam ser eleitos 13 representantes, além de dois suplentes (20%) e um observador. 46 psicólogos se apresentaram, cabendo à plenária, através de votos individuais e secretos, escolher seus candidatos. Veja abaixo os delegados eleitos e o número de votos recebidos:
1 – José Novaes – 73 votos
2 – Vivian Fraga – 71 votos
3 – Pedro Paulo – 64 votos
4 – Beatriz Adura – 63 votos
5 – Lindomar Darós – 62 votos
6 – Lygia Ayres – 61 votos
7 – Alexandre Nascimento – 56 votos
8 – Claudete Souza – 52 votos
9 – Carla Barbosa – 50 votos
10 – Suzana Libardi – 47 votos
11 – Alexandre Trzan – 45 votos
12 – Lia Toyoko – 44 votos
13 – Cristiane Knijnik – 39 votos
14 – Ernesto José (observador) – 29 votos
15 – Janaína Santana (1ª suplente) – 28 votos
16 – Marco Aurélio Rezende (2º suplente) – 26 votos
Os estudantes delegados presentes tiveram autonomia de escolher um representante para participar do CNP com direito a voz, mas não voto. A estudante eleita foi Raiana Micas.
Durante a plenária, também foram lidas e aprovadas moções de repúdio ou apoio elaboradas pelos delegados. Uma delas repudiava a forma como foram sistematizadas as teses pela Comissão Organizadora Nacional. Segundo o texto, algumas propostas perderam sentido ou estavam descontextualizadas, impedindo uma avaliação eficiente pelos delegados e levando a perdas de tempo na tentativa de entender alguns elementos. Além disso, participantes afirmaram que teses aprovadas nos pré-congressos do Rio de Janeiro não estavam contempladas. Outras moções também repudiavam a sistematização de teses específicas.
Houve ainda uma moção de repúdio ao Projeto de Lei 4053/08, que define a Alienação Parental. O documento exigia que o Sistema Conselhos afirmasse uma posição contrária ao PL, que proporia uma patologização de comportamentos sociais.
Por fim, foi aprovada uma moção de apoio à Comissão Regional Eleitoral do Rio de Janeiro, que, por ter caráter local, não será enviada ao CNP. O texto pede que sejam realizados debates entre as chapas candidatas à eleição para o XIII Plenário do CRP-RJ, o que não ocorreria desde 1985.
Finalizando o evento, foi lida e aprovada a ata do encontro, elaborada pelo relator. O presidente da mesa, Lindomar Darós, destacou que ele e todo o CRP-RJ saíam do evento satisfeitos com o resultado. “Todos os grupos produziram uma discussão de muita qualidade. Estamos todos de parabéns”, afirmou.
Texto: Bárbara Skaba
Fotos: Bárbara Skaba e Felipe Simões
05 de maio de 2010