Ocorreu, no dia 10 de março, na cidade de Angra dos Reis, o quarto pré-congresso para o Congresso Regional de Psicologia do Rio de Janeiro (COREP). O evento foi sobre a Psicologia das Emergências e dos Desastres e reuniu profissionais e estudantes de Psicologia e de áreas afins. Depois da oficina, foi dado início ao pré-congresso, em que foram eleitos delegados e debatidas teses para o COREP.

Oficina sobre a Psicologia das Emergências e dos Desastres precedeu o quarto pré-congresso para o Congresso Regional de Psicologia do Rio de Janeiro

Na abertura do encontro, a vice-presidente do CRP-RJ e coordenadora da Comissão Organizadora do COREP 2010, Vivian de Almeida Fraga (CRP 05/30376), destacou a importância do COREP e de seus pré-congressos, ressaltando a necessidade de mobilização política da categoria profissional de psicólogos e incentivando os presentes a enviar teses para serem debatidas nos eventos.

“Este ano, nós, do CRP-RJ, estamos com uma proposta diferente para os pré-congressos: organizamos eventos pelo estado do Rio com temáticas relacionadas às diferentes áreas de atuação da Psicologia, observando as especificidades de cada região, para que estudantes e psicólogos se sintam convidados a participar mais. Aqui, em Angra, a escolha da Psicologia das Emergências e dos Desastres como tema se deu por conta dos últimos acontecimentos”, declarou a conselheira.

Em seguida, foi exibido um vídeo sobre o VII Congresso Nacional de Psicologia (CNP), em que foi exibido um histórico de todos os CNPs e apresentada a importância da participação da categoria na elaboração de diretrizes para as gestões dos conselhos.

Vivian, então, chamou a mesa de debates, composta pela conselheira e coordenadora da Comissão Gestora da Região Serrana, Samira Ibrahim Younes (CRP 05/7923), pelo colaborador da Comissão Gestora, Luis Henrique de Sá (CRP 05/3571), e pelo coordenador de relações públicas da Defesa Civil do município de angra, Francisco Júdice.

Samira abriu a mesa agradecendo a receptividade da Defesa Civil de Angra e lembrando os presentes de que a Psicologia das Emergências e dos Desastres é uma área nova e em expansão. “A ideia de virmos para Angra é estender o trabalho que já realizamos na Região Serrana com a Rede de Cuidados”, afirmou.

Francisco, por sua vez, defendeu a difusão de uma cultura de prevenção dos desastres. De acordo com ele, foram provocadas mais de três milhões de mortes nos últimos 77 anos no mundo inteiro por causa de desastres naturais e fenômenos climáticos.

“Se uma cultura preventiva fosse difundida previamente na Ásia, por exemplo, certamente não teria havido mais de 220 mil mortes por causa do tsunami. Não se tem como evitar uma catástrofe do porte do tsunami, mas temos como minimizar seus efeitos a partir de um trabalho preventivo eficaz”, sustentou.

O coordenador de Relações Públicas da Defesa Civil de Angra traçou o mapa dos desastres naturais mais comuns em cada região do país e falou sobre um novo projeto da Defesa Civil para atuar nas situações de desastre. “A Defesa Civil está em vias de lançar a UTI Náutica para agilizar o atendimento e o socorro às vítimas, principalmente nas áreas da Baía da Ilha Grande”
Samira explicou como começou o trabalho da Rede de Proteção da Região Serrana a partir de problemas em comum que afetam os municípios da área. Segundo ela, a ideia da Rede surgiu depois da mobilização dos profissionais, com a realização do I Seminário da Psicologia das Emergências e dos Desastres, em 2008, na cidade de Petrópolis.

Para a conselheira, “estamos vivendo um momento muito importante e especial para o psicólogo que atua nessa área, pois é um momento em que não podemos negar a importância do tema. Além disso, o espaço do psicólogo não é só dentro da clínica”.

Luís Henrique falou sobre os riscos do aquecimento global e sobre a importância da preservação ambiental do planeta e seus efeitos sobre a Psicologia das Emergências e dos Desastres. O psicólogo apontou, ainda, países como Espanha, Chile, Peru e Cuba como referências nessa área, e se disse surpreso quando descobriu que o Brasil tem uma produção bastante relevante nesse sentido, chegando, inclusive, a exportá-la.

Durante o pré-congresso foram eleitas teses escritas pelo psicólogos, que apresentavam temas como carga horária para psicólogos, apoio psicológico aos profissionais que atuam com Emergências e Desastres, atuação do psicólogo em Psicoterapia, regulamentação na Saúde Suplementar e inscrição de novos profissionais no Conselho Regional de Psicologia.

Ele chamou atenção também para a necessidade que as vítimas têm de se sentirem acolhidas. “Nós, psicólogos, temos de estar atentos principalmente aos cuidados relacionados à saúde mental das vítimas”, acentuou o psicólogo. “Atuar na Psicologia das Emergências e dos Desastres vai exigir que rompamos com uma caricatura de psicólogo que fica no consultório à espera do paciente”.

Após um debate com os presentes, foi dado início ao pré-congresso.  Houve a eleição da mesa diretora, de acordo com as normas estabelecidas nacionalmente. Foi eleito como presidente da mesa o psicólogo Luís Henrique de Sá; como relator, o psicólogo e colaborador da Comissão de Orientação e Ética do CRP-RJ Marco Aurélio Rezende (CRP 05/27536); e como secretária a psicóloga Cleidiana Ferreira Sá (CRP 05/35715). A mesa fez a leitura do regimento interno do pré-congresso, que foi aprovado por unanimidade pelo Plenário.

A seguir, foram eleitos delegados para o COREP, sendo escolhidos 11 efetivos, um suplente e um estudante.

Eleitos os delegados, foi feita a leitura e votação de 11 teses, que apresentavam temas como carga horária para psicólogos, apoio psicológico aos profissionais que atuam com Emergências e Desastres, atuação do psicólogo em Psicoterapia, regulamentação na Saúde Suplementar e inscrição de novos profissionais no Conselho Regional de Psicologia, entre outros.