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Em encontro no Rio, CREPOP debate práticas dos psicólogos no SUAS


Data de Publicação: 28 de outubro de 2009


A Comissão Regional de Psicologia e Políticas Públicas (CRPPP), através do Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas (CREPOP) do CRP-RJ realizou na capital, no dia 23 de outubro, o segundo encontro do ciclo “Atuação profissional de psicólogos(as) no CREAS e outros serviços especiais de acolhida e atendimento domiciliar do Sistema Único de Assistência Social (SUAS)”. O primeiro encontro havia ocorrido em 16 de outubro na cidade de Angra dos Reis (veja como foi).

A psicóloga e assessora técnica do CREPOP-RJ, Beatriz Adura, explicou que “a ideia das pesquisas é fomentar políticas públicas para os espaços em que o psicólogo atua, pensando como se dá a inserção desse profissional nessas políticas”.

A psicóloga e assessora técnica do CREPOP-RJ, Beatriz Adura, explicou que “a ideia das pesquisas é fomentar políticas públicas para os espaços em que o psicólogo atua, pensando como se dá a inserção desse profissional nessas políticas”.

Dando início ao evento, a psicóloga e assessora técnica do CREPOP-RJ, Beatriz Adura, explicou as atribuições institucionais do CREPOP e os objetivos da pesquisa realizada junto aos psicólogos. De acordo com ela, “a ideia das pesquisas é fomentar políticas públicas para os espaços em que o psicólogo atua, pensando como se dá a inserção desse profissional nessas políticas”.

Ainda segundo a psicóloga, a atual gestão do CRP-RJ entende que o Conselho “não existe só para fiscalizar a prática da categoria, mas também para pensar junto a ela essa prática”.

Em seguida, o conselheiro-coordenador CRPPP e do CREPOP-RJ, Lindomar Darós, explicou que a dinâmica do encontro se daria a partir da metodologia sociodramática. Ele convidou os participantes a se agruparem em duplas para conhecer o parceiro e apresentá-lo em primeira pessoa. Depois, todos se dividiram em grupos para escolher uma história que tenha ocorrido no seu cotidiano profissional para ser encenada. O caso eleito foi chamado de “História do psicólogo na Assistência”.

Antes de iniciar a dramatização, a conselheira, que também atua na área da Assistência, Vivian Fraga chamou a atenção para o fato de 2010 ser o ano do VII Congresso Nacional de Psicologia (VII CNP), que ocorre trienalmente. “O CNP tira as diretrizes a serem seguidas pelo Sistema Conselhos nos três anos seguintes. Antes do CNP, há os Congressos Regionais (COREPs), nos quais são eleitos delegados para o CNP. Consideramos todos os eventos feitos até lá como preparatórios. Além da presença nos eventos, é possível mandar propostas por e-mail, o que estará em breve no nosso site. É o psicólogo que vai dizer o que quer que o Sistema Conselhos faça”.

A dramatização e o debate

O sociodrama teve início representando com o primeiro dia de trabalho de psicólogos concursados para o Município e se desenvolveu ao longo do tempo, mostrando a lotação no CRAS e CREAS, atendimentos a diversos casos, embates com gestores e as funções demandadas a esses profissionais.

O sociodrama teve início representando com o primeiro dia de trabalho de psicólogos concursados para o Município e se desenvolveu ao longo do tempo, mostrando a lotação no CRAS e CREAS, atendimentos a diversos casos, embates com gestores e as funções demandadas a esses profissionais.

O sociodrama teve início representando com o primeiro dia de trabalho de psicólogos concursados para o Município e se desenvolveu ao longo do tempo, mostrando a lotação no CRAS  e CREAS, atendimentos a diversos casos, embates com gestores e as funções demandadas a esses profissionais. Em todas as cenas, os presentes eram livres para entrar em qualquer personagem, a qualquer momento. A cada intervenção, eles colocavam suas próprias experiências cotidianas.

Um sentimento constante entre os psicólogos era o de não saber exatamente seu lugar na Assistência. Na primeira cena, um grupo de profissionais foi recebido em uma Secretaria Municipal de Assistência Social por um gestor. Apesar de todos dizerem que não conheciam o trabalho do psicólogo na Assistência, nenhuma explicação foi dada. Lindomar questionou então o que os presentes sentiam ao ver a cena. Entre as repostas, encontravam-se ansiedade, insegurança, indignação, sentimento de desvalorização, frustração e impotência.

Nas cenas que retrataram um atendimento e uma reunião posterior com a gestão do CREAS, ficaram explícitas questões como a falta de conhecimento dos diretores (muitas vezes contratados através de indicações políticas), a confusão entre os papéis do psicólogo e do assistente social, desrespeito ao conhecimento profissional (gestores que passam por cima das conclusões dos psicólogos) e a pressão por fazer clínica e medicalizar.

Após a dramatização, os participantes falaram sobre sua prática e relataram como sentiram a experiência do sociodrama. Foram apontadas diversas dificuldades no trabalho. “A sensação de impotência que sentimos no dia-a-dia é muito grande. Os atravessamentos políticos aparecem a todo momento”, disse uma psicóloga.

Outra profissional apontou a falta de recursos. “Por um lado, o concursado tem certa estabilidade, mas, por outro, passa por situações de total falta de estrutura dos serviços, como transporte, segurança etc. Quando atendemos nas comunidades, por exemplo, não há sigilo. Não podemos falar sobre drogas porque o tráfico vai ficar sabendo”.

Um participante ressaltou que, apesar das dificuldades, os psicólogos têm conseguido se colocar na Assistência, um espaço novo para esse profissional. “O psicólogo tem lugar na hierarquia da SMAS sim. Acho que deve haver também diversos outros profissionais, para garantir a transdisciplinaridade. Não pode ser um trabalho homogêneo”.

Outra participante apontou que o trabalho na Assistência não é fácil de início, devido à falta dessa área na formação. “Mas conseguimos aprender com o tempo, o que é muito bom”. De acordo com Vivian Fraga, até a falta de orientação pode ser positiva. “Há uma grande potência quando ninguém diz o que o psicólogo deve fazer e ele pode criar em cima disso”.

Concluindo, Lindomar destacou que os encontros do CREPOP são espaços coletivos. “O olhar do CRP aqui não é o de fiscal, é o de alguém que está acessando a categoria para conhecer a sua prática”.



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