Na parte da tarde, o Fórum de Ética teve a organização de quatro Grupos de Trabalho: Saúde, coordenado pela conselheira do CRP-RJ Ana Carla Souza (CRP 05/18427) e pela colaboradora da COE Agnes Pala (CRP 05/32409); Educação, coordenado pela colaboradora da COE Luciana Barcellos (CRP 05/28191) e pela psicóloga Gabriela Salomão (CRP 05/28372); Trabalho, coordenado pela conselheira do CRP-RJ Noeli Godoy (CRP-05/24995) e pela psicóloga Áurea Vallcoba (CRP 05/8737); e Justiça, coordenado pelas conselheiras do CRP-RJ Marcia Amendola (CRP 05/24729) e Márcia Badaró (CRP 05/2027).
A Plenária dos Grupos de Trabalho apresentaram as discussões e eventuais encaminhamentos dados aos temas durante os GTs.
As discussões e eventuais encaminhamentos dados aos temas nesses GTs foram apresentados por um coordenador de cada grupo durante a mesa de encerramento do Fórum, que reuniu, também, Lygia Ayres e Anice Maia.
Abrindo a mesa, Anice saudou a iniciativa da Comissão em promover “um evento de tal importância, que pode reunir e aproximar” profissionais e estudantes de Psicologia ao propor debates importantes sobre o fazer da Psicologia. Ao concluir, a representante do CFP reafirmou que “todo o mérito pela realização do evento cabe ao CRP-RJ, em especial à Comissão de Ética”.
Em seguida, cada coordenador dos GTs falou sobre os debates ocorridos. A primeira a falar foi Agnes, que ressaltou a necessidade de “não qualificar os laudos médicos em bons ou ruins” de modo a se evitar que “se crie um modelo de laudo”. Ela afirmou também que não se deve corporificar culpados para justificar falhas na prática da Psicologia. “De quem é a culpa: da formação acadêmica? Do Conselho? Temos que fugir disso. É preciso avaliar o que está sendo pedido de nós”.
Márcia Badaró, por sua vez, afirmou que as discussões no GT de Justiça frutificaram duas propostas principais: ampliação de espaços de interlocução entre a Psicologia e o Judiciário e a instituição de um ambiente ampliado para debates mais freqüentes entre a categoria e o CRP.
As reuniões do grupos de trabalho debateram sobre os temas Justiça, Educação, Trabalho e Saúde.
Na seqüência, Gabriela revelou a conclusão a que se foi possível chegar no GT de Educação: os psicólogos que atuam com Educação “se sentem isolados” por não terem “um canal de interação” com os psicólogos das demais áreas. A psicóloga também ponderou que a função do profissional em Psicologia dentro da escola é “trabalhar nas relações” e, a partir delas, “destruir o elemento identificador da patologização”.
De acordo com ela, três ações foram propostas: criar um fórum de Psicologia da Educação que reúna psicólogos e outros profissionais que atuem em Educação, como pedagogos, professores e assistentes sociais; eleger o CRP como mediador entre a Universidade e a Secretaria de Educação – “existem pesquisas muito boas nas universidades e que podem ser aproveitadas pelo poder público”, acrescentou; e, por último, reestruturar a grade disciplinar nas faculdades de Psicologia, dando destaque maior à disciplina “Psicologia Escolar”.
Quanto ao GT de Trabalho, Áurea falou sobre a necessidade de “reavaliação do trabalho do psicólogo independente do espaço no qual ele atua”. Conforme ressaltou, um dos pontos mais abordados nas discussões do GT foi a contraposição entre a valorização profissional e o que “a empresa quer do psicólogo”. Outra questão levantada foi o não acompanhamento do trabalhador por parte do psicólogo. “O profissional em Psicologia só está presente na admissão e na demissão”, abrevia.
Ao término, Lygia destacou que a Ética é uma ferramenta “de discussão ampliada em relação às práticas psi como um todo, e não apenas a um recorte delas, como no caso dos laudos”. A conselheira sublinhou também que “com esse encontro, disparamos mais um canal de interlocução com a categoria”.
A psicóloga saudou ainda os mais de 300 participantes e alertou a categoria para a necessidade de maior envolvimento e participação da categoria nos eventos e discussões organizadas pelo CRP, pois, segundo concluiu, “o CRP-RJ é aquilo que nós fazemos dele”.
Texto e fotos: Felipe Simões
10 de novembro de 2008