O Conselho Regional de Psicologia do Rio de Janeiro (CRP-RJ) realizou, no dia 29 de setembro, um novo evento na cidade de Campos. Com o objetivo de aproximar o CRP dos psicólogos da região, o evento teve a participação do conselheiro presidente do CRP-RJ, José Novaes e da colaboradora da Comissão Regional de Direitos Humanos, Helena Rego Monteiro, além das conselheiras da região Norte do estado, Fernanda Brandt e Karine Mourão.

O CRP-RJ realizou um novo evento na cidade de Campos com o objetivo de aproximar o CRP dos psicólogos da região.

A jornada foi aberta pela exibição de um vídeo com o resumo das palestras do II Seminário de Psicologia e Direitos Humanos, realizado em novembro de 2006. Em seguida, José Novaes explicou aos presentes – em sua maioria psicólogos recém-formados – o funcionamento do Sistema Conselhos e informou a todos sobre os planos do CRP-RJ de montar um subsede em Campos. Segundo ele, a previsão é que ela já esteja funcionando no ano que vem.

Helena iniciou, então, um debate falando sobre uma pesquisa, realizada durante sua dissertação de mestrado, sobre a medicalização da vida escolar. “Queria, com esta pesquisa, saber qual era o especialista convocado hoje para atuar com a criança que fracassa na escola”, disse ela. “E descobri que o que se tem hoje é uma procura enorme por atenção médica. O fracasso escolar está sendo diretamente ligado à ‘transtornos’ psicológicos”. A psicóloga explicou que, hoje, cada vez mais está se relacionando déficit de atenção e mal-comportamento a características físicas ou biológicas. “Crianças que têm déficit de atenção ou que não se comportam como esperado na escola são cada vez mais diagnosticadas como portadoras do TDAH – Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade – ou do TDO – Transtorno Desafiador Opositivo. Temos que entender porque isso acontece”.

O evento foi encerrado com a entrega de carteiras de identidade profissional aos novos inscritos presentes no evento.

Ela também salientou a posição em que as professoras se encontram nas escolas hoje. “Me incomodo com o lugar ruim que o professor ocupa hoje. Eles são submissos ao poder do médico. Não só do médico, do psicólogo também. Os psicólogos das escolas são vistos como um saber superior, que traz soluções e diagnósticos. É preciso des-hierarquizar a relação, nivelar os saberes e se ajudar”. Ao final de sua fala, os participantes puderam assistir a um vídeo sobre a medicalização produzido por Helena e debater sobre o assunto.

O evento foi encerrado com a entrega de carteiras de identidade profissional aos novos inscritos presentes no evento. O CRP-RJ pretende fazer novas visitas a Campos. Fique atento ao site do CRP-RJ para mais informações.