Na sexta-feira, 26 de maio, aconteceu o quarto e último evento preparatório para o Fórum Regional de Saúde, que tem por objetivo discutir a política de saúde implantada no país e formular propostas específicas de intervenção da psicologia na área da saúde pública. Com os temas “Perspectivas da Psicologia para avançar o SUS”, o evento reuniu estudantes e psicólogos no auditório da Universidade Veiga de Almeida para debater e apresentar propostas sobre as contribuições que os psicólogos podem dar ao Sistema Único de Saúde.
O evento contou com a participação de participação de Adriana Gaudêncio, coordenadora do Programa Estadual de Saúde Mental da Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro, Veriano Terto Junior, coordenador de Projetos da Associação Brasileira Interdisciplinar sobre Aids (ABIA) e de Tatiana Wargas, da ENSP/FIOCRUZ.
Adriana iniciou o debate apresentando dados da Secretaria Estadual de Saúde sobre a situação da rede de saúde mental do estado. Segundo Adriana, muito já foi feito, mas ainda existem muitos problemas. “Já conseguimos a extinção de dois hospitais psiquiátricos, o do Carmo e o de Paracambi, o número de CAPS e residências terapêuticas vem aumentando sempre e o número de pessoas servidas pelo programa De Volta pra Casa do Governo Federal também cresce. Mas ainda não é possível atender a todos”. Ela explicou que a secretaria vem tentando realocar recursos, passando-os dos hospitais de internação para as prefeituras das cidades que recebem de volta ex-internos. “Só assim os municípios poderão criar programas para inseri-los na sociedade”.
Veriano continuou a apresentação, salientando que aquele evento já era uma grande contribuição da psicologia para o SUS. “A discussão dos problemas é sempre importante”, disse ele. O psicólogo ressaltou a importância de se trabalhar a interdisciplinariedade e a integralidade dentro do Sistema. “Cada grupo a ser atendido está dentro de uma realidade, que deve ser respeitada e entendida quando o tratamento for realizado. Quando o programa é bem feito, respeita as diferenças e as necessidades das pessoas, você consegue aproximar os pacientes do sistema. Assim, a educação e a prevenção se tornam mais fáceis, o tratamento em geral se torna mais fácil”.
Tatiana concordou com Veriano: “Não dá pra ser psi isolado das outras disciplinas. Para se construir um SUS melhor, é preciso se juntar com os médicos, os assistentes sociais, todos que tenham o mesmo objetivo. Este é um embate de campo político. Só através deste embate, da busca de outros saberes e da construção de novas relações técnicas e sociais conseguiremos criar uma saúde coletiva”.
O debate se encerrou mais uma vez com a reunião dos participantes em grupos, que formularam propostas sobre o tema. Estas propostas serão apresentadas no Fórum Regional de Saúde, que acontecerá no dia 01 de julho, entre 09 e 18 horas, no Hotel Novo Mundo no Rio de Janeiro, aonde serão votadas. As melhores propostas serão levadas pelo representantes eleitos ao Fórum Nacional de Saúde, que será realizado em outubro, em Brasília.
Quem não pôde participar dos eventos preparatórios ainda pode enviar suas propostas até o dia 16 de junho para o CRP-RJ pelo e-mail [email protected]. Mais informações sobre o regulamento do Fórum podem ser obtidas no site do Conselho.
29 de maio de 2006
