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Evento preparatório para o Fórum Regional de Saúde Mental discute formação do psicólogo


Data de Publicação: 5 de maio de 2006


Aconteceu no último sábado, dia 06 de maio, o 1º evento preparatório para o Fórum Regional de Saúde, que tem por objetivo discutir a política de saúde implantada no país e formular propostas específicas de intervenção da psicologia na área da saúde pública. Com o tema “A questão da formação dos psicólogos em saúde”, o evento reuniu estudantes, psicólogos e outros interessados no Hospital Escola São Francisco de Assis da UFRJ para debater e apresentar propostas para integrar melhor a formação do psicólogo ao Sistema Único de Saúde (SUS).

Mesa de abertura do 1º evento preparatório para o Fórum Regional de Saúde.

Mesa de abertura do 1º evento preparatório para o Fórum Regional de Saúde.

O presidente do CRP-RJ, José Novaes, e a representante da Associação Brasileira de Ensino de Psicologia (ABEP), Eliana Viana, abriram o evento lembrando da importância de se discutir novas soluções e alternativas para o trabalho do psicólogo no SUS. Segundo Novaes, é extremamente importante “ensinar aos alunos de psicologia uma nova maneira de se lidar com seu trabalho, sem que ele seja individual, somente no consultório”. Eliana salientou a importância da Universidade na formação dos novos psicólogos: “Vemos muita coisa errada acontecendo no SUS porque os alunos não aprenderam a criar novos paradigmas, novas situações, a pensar o seu trabalho na Universidade”.

A mesa de abertura também contou com a presença do representante da Secretaria do Estado de Saúde do Rio de Janeiro, Marlon Tavares do Prado. Ele elogiou a iniciativa do CRP-RJ e lembrou a necessidade de se repensar a saúde pública, de modo que ela não busque apenas uma “falta de doenças”, mas uma saúde social, que integre as diversas modalidades para tratar do paciente e integre o próprio paciente.

Após a abertura do evento, foi realizada uma mesa redonda. Com o tema “O Conceito de Integralidade e suas Implicações na Formação do Psicólogo”, ela contou com a participação do professor Ruben Mattos, do Instituto de Medicina Social da UERJ, da ex-Coordenadora Estadual de Saúde Mental do Rio de Janeiro e professora da UFRJ, Paula Cerqueira e da ex-Assessora do Ministério da Saúde na área de Humanização da Assistência e professora da UFF, Claudia Abbês.
Ruben abriu a mesa redonda explicando os usos que o conceito de integralidade vêm tendo na saúde. Segundo o professor, hoje, quando se fala de integralidade, se pensa em uma saúde completa, que lide com o paciente não só como sujeito de determinada doença, mas que o veja de modo “integral”, ou seja, como pessoa, integrado a uma sociedade. Ele lembrou que o MEC já tentou estabelecer o conceito de integralidade nas Universidades de psicologia, mas que só através da criação de disciplinas, os alunos não conseguirão compreendê-lo. “O aluno tem que aprender quais são as reais necessidades do paciente e não só tratá-lo por sua doença imediata. E isso não se consegue apenas de sala de aula. Múltiplos cenários de aprendizado fariam o estudante aprender melhor”, disse.

Mesa redonda debateu “O Conceito de Integralidade e suas Implicações na Formação do Psicólogo".

Mesa redonda debateu “O Conceito de Integralidade e suas Implicações na Formação do Psicólogo”.

Paula foi a segunda a falar e concordou com Ruben. Segundo ela, não é possível separar a formação, a produção de conhecimento e a profissão em si. “É preciso pensar que tipo de psicólogo quer se formar. Acredito que só através do reconhecimento do paciente como sujeito é que se pode tratá-lo”. Ela disse ainda que a integração dentro da equipe médica do hospital é essencial. “Não se pode pensar que cada pessoa tem que fazer apenas sua obrigação. É claro que a divisão de trabalhos entre as profissões é necessária, nem todos podem fazer tudo, mas restringir as ações de cada um completamente também é errado”.

Claudia finalizou a mesa, completando o que disse Paula. Para a professora da UFF, a formação deve se afastar das divisões e dos especialismos. “Não podemos pensar na formação de psicólogos jurídicos separada dos psicólogos de empresas, separados de outros psicólogos”, disse. Ela ainda lembrou que o que se vem tentando é uma humanização das políticas públicas de saúde. “É preciso ver que quando lidamos com o humano, lidamos com uma multiplicidade que tem que ser respeitada. Não podemos pensar em gestão da saúde pública somente como gestão administrativa: o paciente e o médico também são gestores, também são criadores deste processo”.

Após a mesa redonda, foram organizados grupos de trabalho, onde os psicólogos puderam formular propostas sobre o eixo temático sugerido. As propostas foram apresentadas a todos os participantes, que escolheram as melhores para serem apreciadas e votadas no dia primeiro de julho durante o I Fórum Regional de Psicologia e Saúde Pública. O coordenador da Comissão de Saúde do CRP-RJ, organizadora do evento, Nelio Zuccaro, finalizou o evento e lembrou que as propostas aprovadas no Fórum Regional serão apresentadas no I Fórum de Psicologia e Saúde Pública, que será realizado em outbro em Brasília.

O próximo evento preparatório acontecerá no dia 13 de maio, sábado, na Universidade Federal Fluminense (Uff). Como o tema “Práticas da psicologia no SUS”, ele contará com a participação da coordenadora de estágios, residência e Centro de Estudos do Instituto Philippe Pinel, Marta Zappa , da coordenadora do programa de DST/AIDS do Muninicípio do Rio de Janeiro e Professora da Universidade Estácio de Sá, Marly Cruz, e da coordenadora de Departamento de Saúde do Trabalhador da Uff, Marilene Affonso R. Verthein



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