manifestações em prol dos portadores do vírus HIV. Um ato público protestou contra a permanente e crônica falta de leitos, exames e medicamentos para portadores do HIV nos hospitais do estado, pela manhã, no Largo da Carioca. Horas mais tarde, no início da noite, uma vigília com 100 velas acesas simbolizando as vítimas da Aids marcou o ato cívico, “A Aids de braços dados com outras patologias”, realizado na Cinelândia.
O protesto no Largo da Carioca foi organizado pelo Fórum de ONGs/AIDS do Rio de Janeiro. Os manifestantes denunciavam a falta de comprometimento das autoridades nos acordos pactuados entre União, Estados e Municípios, o que prejudica a garantia dos recursos humanos e materiais para o controle da epidemia e uma boa qualidade de vida para pessoas já infectadas. Protestavam também contra a drástica redução no repasse de preservativos e a conduta das empresas de transporte, que dificultam o acesso ao passe livre para os portadores do HIV.
O ato na Cinelândia foi uma iniciativa do Grupo Pela Vidda/RJ – Valorização, Integração e Dignidade do Doente de Aids. Vestindo camisas pretas, com o laço símbolo da Aids estampado nas cores verde e amarela, os voluntários distribuíram folhetos. Houve ainda exibição de vídeos (num telão) e plantão de informações durante toda a noite com o objetivo de chamar a atenção da população para o constante crescimento da epidemia no país.
Considerado uma referência, premiado e elogiado em diversos países, o Programa Nacional de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids do governo federal foi criticado em relatório do Banco Mundial (Bird), em outubro deste ano. O documento aponta uma série de falhas na execução do programa e põe em dúvida os resultados anunciados pelo Ministério da Saúde em seus boletins. O Bird é um dos financiadores do Programa e já liberou US$ 325 milhões para o combate à epidemia no país por meio dos Programas AIDS I e II.
O Brasil possui cerca de 600 mil pessoas infectadas pelo vírus HIV, o que torna a doença um grande problema de saúde pública no país. No Rio, do início da epidemia até 30 de dezembro de 2003, foram notificados 41.474 casos. A luta pela melhoria dos tratamentos, maior acesso e distribuição gratuita de remédios é imprescindível. A descontinuidade dos programas pode causar prejuízos para todos e um crescimento da epidemia no país.