Com intuito de debater e refletir sobre diversidades sexuais, papéis e violência de gênero, o Conselho Regional de Psicologia do Rio de Janeiro, por meio do seu Eixo de Gênero e Diversidade Sexual, convidou psicólogas, psicólogos, psicologues, estudantes de Psicologia e todas as pessoas interessadas para roda de conversa virtual sobre o Dia Internacional da Visibilidade Assexual, no último dia 20 de abril.
A mediação da roda ficou a cargo do conselheiro Maycon da Silva Pereira (CRP 05/57178), psicólogo especializando em Atendimento Clínico das Diversidades Sexuais e de Gênero e coordenador do Eixo de Gênero e Diversidade Sexual, que ressaltou o evento como um lugar de reflexão importante para a categoria e que o Eixo está disponível para construir e encaminhar no coletivo as demandas ligadas ao tema e que refletem na prática profissional.
O primeiro palestrante da noite foi o psicólogo Luigi Silvino D’Andrea (CRP 05/44669), graduado em Psicologia Universidade Gama Filho (2012), especialista em Gênero Sexualidade e Direitos Humanos pela ENSP/FIOCRUZ, mestre e doutor em Psicologia pela PUC Minas (2016 e 2023, respectivamente). Ele contou que escreveu um livro com a mesma temática, o que fez pesquisar ainda mais sobre o assunto. “É muito necessário discutir todas as letras do LGBTI+ com a assexualidade. A assexualidade sempre existiu, mas, ela não tinha nome. É preciso debater a fobia, a aversão e a descriminalização de gênero”, enfatizou o psicólogo.
Walter Mastelaro Neto (OAB SP 362.674), advogado, assexual, residente em São Paulo, membro da Comissão de Diversidade e Gênero da OAB/SP, integrante do Comitê Técnico de Saúde LGBTI+ do município de São Paulo e integrante da Associação Brasileira Profissional para a Saúde Integral de Pessoas Travestis, Transexuais e Intersexo(ABRASITTI), da Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (ABRACE) da Associação Brasileira Intersexo (ABRAI) e do Movimento Paulistano de Luta contra a Aids (MOPAIDS), explicou que a atração sexual não é primária quando falamos em relações com pessoas, que existe uma troca de experiências positivas antes disso. “O movimento assexual nunca foi contra o sexo, mas sim, sobre a ideia de que para a pessoa ser feliz ela precisa fazer sexo. Incutimos erradamente que o sexo é um marcador de felicidade.” O advogado ainda destacou que os profissionais da Psicologia são os que mais recebem e acolhem as pessoas com essas questões.
A última palestrante da roda foi Sofia Wickerhauser, cineasta, assexual, focada em cinema Queer e representação LGBTI+ no cinema. Sofia contou sua vivência sobre ser assexual focando principalmente no tratamento, julgamento e preconceito que recebe quando precisa de cuidados médicos. “Somos tratados na comunidade médica como iguais. Quando nos expomos somos tratados como frios e robóticos já que é assim que a mídia nos mostra. Mostra que a pessoa assexual não transa e isso é errado. A sociedade precisa respeitar a orientação sexual do outro e precisamos alcançar tratamento médico sem preconceito”, afirma a cineasta.
Por fim, Maycon passou informações sobre o Eixo e próximos eventos planejados.
O público presente também pode contribuir com falas, perguntas e comentários, refletindo junto das (os/es) convidadas (os/es) sobre o tema da roda.