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CRP-RJ PARTICIPA DE SÉRIE SOBRE DESCOLONIZAR CORPOS E TERRITÓRIOS: RECONSTRUINDO EXISTÊNCIAS BRASIS, DO CFP
Data de Publicação: 20 de dezembro de 2024
Belo Horizonte–MG sediou no dia 25 outubro de 2024 o primeiro encontro da série Giros Descoloniais, uma das ações da campanha da Comissão de Direitos Humanos do Conselho Federal de Psicologia (CDH/CFP), que tem como tema “Descolonizar corpos e territórios: reconstruindo existências Brasis”.
Os Giros Descoloniais pretendem promover encontros territoriais para sublinhar a diversidade nacional e promover diálogos com movimentos e comunidades populares que, por muito tempo, estiveram em posições subordinadas na história e no fazer da Psicologia.
Além de representantes da CDH/CFP, participaram membros das Comissões de Direitos Humanos dos Conselhos de Psicologia do Espírito Santo, de Minas Gerais, do Rio de Janeiro e de São Paulo.
Representando o Conselho Regional de Psicologia do Rio de Janeiro (CRP-RJ), a conselheira coordenadora da Comissão Regional de Direitos Humanos e do Eixo de Políticas para as Mulheres, Conceição Gama (CRP 05/39882), apresentou imagens de atividades na temática de gênero desenvolvidas na gestão anterior e na atual gestão do CRP-RJ, que tiveram objetivo de gerar reflexões e orientações para a categoria sobre como atuar em situações de Violência. Ela informou que o Eixo de Políticas para as mulheres era um dos eixos temáticos da Comissão Regional de Direitos Humanos. Em seguida, mencionou o projeto de ações afirmativas que está em desenvolvimento e que busca a permanência com dignidade das pessoas do interior, pessoas com deficiência, pessoas LGBTQIA +, negras, indígenas, romanis e mães com suas crianças. A conselheira exibiu imagens dos espaços para crianças das subsedes do CRP-RJ, como uma ação que materializou o início de uma série de adaptações que estão sendo feitas para a inclusão de mães e demais pessoas cuidadoras principais de bebês e crianças nos espaços e atividades da Sede e subsedes do estado do Rio de Janeiro, pontuando a necessidade de ampliação das políticas internas de inclusão e permanência das mães, uma demanda para ser pensada necessariamente nas crianças. Além disso, a conselheira ainda pautou a inclusão, falando sobre a necessidade de ampliar a adaptação dos espaços e das atitudes internas para que as pessoas com deficiência possam estar e permanecer nos espaços.
Por fim, divulgou que no ano de 2025 ocorrerá ação de qualificação sobre a pauta relacionada às mulheres, étnico-racial, anticapacitista e LGBTQIA+.
Participou também aa colaboradora do Eixo de Políticas para as Mulheres, Yasmim França (CRP 05/45973), que falou sobre a criação e do andamento do Grupo de Trabalho de Combate ao Trabalho Escravo Doméstico e sobre a Nota Técnica, em desenvolvimento no GT, que visa orientar a categoria sobre como reconhecer e atuar principalmente nas políticas públicas com pessoas que estejam em situação de trabalho doméstico análogo ao escravo. Yasmin falou sobre o caso emblemático de Sonia Maria de Jesus em que atuou e que passou a ser reconhecido internacionalmente, em que era vítima de trabalho infantil e trabalho escravo doméstico, tendo sido traficada por uma psicóloga em São Paulo. Este não foi um caso isolado. Assim, a colaboradora levou para a discussão o quanto é fundamental que a Psicologia brasileira produza a análise da sua implicação no debate do trabalho escravo doméstico, abraçando a pauta, e qualificando a atuação da classe profissional psi.
O encontro na região Sudeste buscou articular os desafios da violência de gênero aos debates e formulações sobre práticas de descolonização da Psicologia, buscando reconhecer modos e saberes decorrentes do diálogo com coletividades e movimentos sociais em diferentes territórios.