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SAÚDE MENTAL DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE FECHA O MÊS DA LUTA ANTIMANICOMIAL NA BAIXADA


Data de Publicação: 15 de junho de 2022


Encerrando o ciclo de eventos em homenagem ao mês da Luta Antimanicomial, a Subsede do CRP-RJ na Baixada Fluminense, localizada em Nova Iguaçu, organizou no último dia 31 de maio, uma roda de conversa com a seguinte temática: “O impacto da violência na saúde mental de crianças e adolescentes”.

A abertura do evento foi feita pela conselheira do CRP-RJ, Gabriela de Araújo Braz dos Santos (CRP 05/56462), que celebrou a volta dos encontros presenciais no auditório da Subsede Baixada e em seguida, passou a palavra para a conselheira presidenta do Conselho Regional de Psicologia do Rio de Janeiro, Mônica Valéria Affonso Sampaio (CRP 05/44523), que reforçou a importância dessa volta, mesmo que aos poucos, aos eventos presenciais. “É um momento muito importante para nós, pois esse espaço sempre foi conhecido no Conselho, como um espaço potente, de construção de uma Psicologia que a gente acredita”.

Após a abertura, foi instaurada a roda de conversa que recebeu três convidados atuantes na área da criança e do adolescente:

Wallace de Oliveira (CRP 05/65148), psicólogo, graduando em Pedagogia (CEDERJ/UERJ) e pós-graduando em Saúde Mental e Psicologia Jurídica e integrante da Comissão de Enfrentamento e Erradicação do Trabalho Infantil de Belford Roxo, que iniciou a roda de conversa reforçando a importância da data 18 de maio, na qual não só é celebrado o Dia da Luta Antimanicomial, mas também, marca o Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes: “É uma reflexão, precisamos continuar lutando por essas pautas que são tão sensíveis e causam impactos diretamente, nas subjetividades e no desenvolvimento dessas crianças e adolescentes”.

O psicólogo também chamou a atenção ao atendimento infanto-juvenil, que por muitas são vítimas de abusos dentro do próprio ambiente de convívio. “Dentro do nosso trabalho, seja na saúde, na educação ou em qualquer política pública, em que estivermos inseridos, precisamos estar atentos, pois apesar dos dados, ainda temos um alto índice de crianças e adolescentes que quando sofrem essas violações, são desacreditadas”, frisou.

Logo após, Thayná Cristina Hermínio da Conceição (CRP 05/68821), psicóloga clínica graduada pela UFRRJ, atualmente em formação em Terapia Cognitivo Comportamental e Pesquisadora no Laboratório de Estudos sobre Crianças e Adolescentes Vítimas de Violências (LEVICA), salientou sobre os diversos tipos de violências que sofridas pela criança e pelo adolescente, desconstruindo a ideia de que violência é apenas sexual e física: “Importante destacar que as vezes temos uns ideia de violência apenas para algo físico, mas a violência é também verbal, podem ser através de maus tratos e negligências que acontecem”.

Thayná também contou sobre a sua experiência em casas de acolhimento, onde destacou sobre a sensibilidade de trabalhar os traumas e a identidade dos usuários que chegam até eles. “O trabalho da rede é muito importante, das técnicas da casa, pois existe uma equipe que trabalha na casa e existem pessoas que prestam serviços, que era o meu caso. Isso faz total diferença para essas crianças e adolescentes, porque ajuda a eles a lidarem com esse novo lugar que estão, a lidarem com tudo que está acontecendo e a incerteza do que vai acontecer: ‘Vou ficar aqui?’, ‘Vou ser adotado?’, ‘E quando fizer 18 anos, para onde vou?’. Ali a gente trabalha essas questões”.

Fechando a fala dos convidados, João Diego O. Menezes (CRP 05/52356), psicólogo, pós -graduado em Teoria Psicanalítica e Prática Clínico-Institucional; Atuante na saúde mental (CAPSI) e proceptor de Psicologia da Clínica Escola da Unigranrio, acentuou a atuação do CAPSI – Centro de Atenção Psicossocial Infantil, na saúde mental infanto-juvenil. “Apesar das pessoas confundirem, ele (CAPSI) não é a referência para o tratamento dos casos de crianças e adolescentes vítimas de violência, apesar de ser peça chave na construção da rede de cuidados para esses casos, mas temos diversas crianças que ‘sofrem ou sofreram’ – disse sofre ou sofreram porque muitas vezes a violência é identificada e a criança ainda tá passando por esse momento violento, ela ainda está inserida nesse ambiente de violência”.

João apontou também para a normalização da violência doméstica contra as crianças, aceitos culturalmente pela sociedade, mas que gera grande sofrimento e pode acarretar no desenvolvimento de transtornos mentais graves e dificuldades de adaptação a uma vida saudável, e precisam ser alertados. “A violência contra a criança é normalizada, socialmente aceitável, em especial, no contexto ensino-aprendizagem. As pessoas acreditam que a agressão, ‘as palmadas’, a violência física é uma boa forma de educar uma pessoa, então muitas das vezes essas pessoas, sejam familiares, mãe ou pai, não conseguem nem mesmo identificar que o ato é uma maneira de violentar a criança e o adolescente”.

Ao final das falas, foi aberto ao público presente, três rodadas de perguntas e debates sobre a temática do evento.



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